“Dapps” é a abreviação de “Decentralized Apps” ou aplicativos descentralizados em tradução livre. Os aplicativos tradicionais que temos em nossos celulares e computadores já compõem grande parte do nosso cotidiano, mas ainda possuem algumas desvantagens que são o ponto único de falha e a decisão centralizada de desenvolvimento.
Lembra quando a Justiça determinou que o WhatsApp fosse bloqueado em todo território brasileiro por dias em 2016? Isso ao menos 3 vezes porque o aplicativo se recusou a revelar mensagens de pessoas investigadas pela polícia, afinal a empresa alega que as conversas são encriptadas de ponta a ponta.
Apesar de supostamente contarem com uma segurança criptográfica (que depende da confiança na palavra do Facebook, dona do aplicativo, pois o código é fechado), eles não escapam do ponto único de falha, o servidor central. Os dapps são resistentes a esse tipo de censura porque conseguiram descentralizar o sistema em blockchain.
Alguns aplicativos foram construídos para substituir o WhatsApp, outros o Uber e Lyft, e até mesmo navegadores de internet como o Google Chrome estão recebendo concorrentes descentralizados. As plataformas de blockchain Ethereum, Tron e Waves, por exemplo, nesse caso servem como uma espécie de App Store ou Google Play Store, mas sem o poder de decisão do que vai ou não estar disponível para os usuários.
Eles estão se tornando uma grande tendência também por conta da sua segurança reforçada, já que não possuem um ponto único de falha e um código auditável para qualquer pessoa checar e atestar a confiabilidade. Na indústria blockchain há uma máxima que diz “não confie, verifique”, e quanto mais pessoas capacitadas seguem esse princípio mais robusto se torna o ecossistema como um todo.
A privacidade também se torna outro ponto forte dos dapps, considerando a desnecessidade de uma empresa custodiando seus dados enquanto você utiliza o aplicativo. O maior vazamento de dados que ocorreu no Brasil recentemente mostrou o quanto a privacidade é importante para a segurança e sossego do usuário, que acaba sofrendo inúmeras tentativas de golpes, incluindo phishing após incidentes como esse.