O Ethereum na realidade não é uma criptomoeda, mas a plataforma aberta que permite a criação e execução de contratos inteligentes, aplicativos descentralizados e tokens. A criptomoeda e principal token da rede é chamada de ether, de ticker ETH.
Tudo isso baseado na tecnologia blockchain. Mas diferente do Bitcoin, que nasceu com o objetivo de se tornar um meio de pagamentos global, o Ethereum surgiu para desenvolvedores criarem soluções descentralizadas para problemas variados. É por isso que muitos consideram ele uma evolução do que foi criado no Bitcoin.
Quem criou o Ethereum?
A plataforma foi criada pelo programador russo Vitalik Buterin, que arrecadou em 2013 mais de 11 milhões de dólares em uma oferta inicial de moeda (ICO, similar aos IPOs da Bolsa de Valores) para colocar o projeto de pé em julho de 2015. Ele também contou com a ajuda dos desenvolvedores Mihai Alisie, Anthony Di Iorio, Charles Hoskinson, Joe Lubin e Gavin Wood.
A Fundação Ethereum, co-fundada por Buterin, foi trazendo cada vez mais inovações e projetos interessantes para a rede Ethereum, tanto que hoje é uma das mais utilizadas para criação de stablecoins e aplicações descentralizadas.
Mas o que são contratos inteligentes?
Mais conhecidos por smart contracts, em inglês, eles são contratos autoexecutáveis resistentes à censura ou fraude. Uma vez programados e aceitos pelas partes, são irreversíveis.
Uma máquina de refrigerantes serve bem para exemplificar o objetivo desses contratos. Sem nenhum intermediário, você pode aceitar um contrato de compra e venda inserindo dinheiro na máquina e recebendo uma latinha de refrigerante. Tudo por conta da tecnologia programada naquela máquina.
O conceito foi aprimorado pelo criptógrafo Nick Szabo nos anos 90 e amplamente usado de forma completamente transparente no blockchain do Ethereum. Com os contratos inteligentes, é possível que duas pessoas desconhecidas troquem tokens diferentes de forma que seja impossível que um engane o outro, não cumprindo a sua parte do acordo.
E os aplicativos descentralizados?
Também chamados de dapps, são aplicativos que buscam melhorar a experiência que temos hoje com serviços centralizados. O Ethereum nesse caso serve como uma App Store ou Google Play Store, mas sem o poder de decisão centralizado do que vai ou não estar disponível para os usuários – por isso é uma plataforma aberta e resistente à censura.
Hoje há uma enorme tendência em construir aplicativos descentralizados, já que eles possuem uma segurança reforçada, já que não tem um ponto único de falha e um código auditável por qualquer pessoa.
O Brave, por exemplo, é um navegador descentralizado que funciona com o token BAT, remunerando o usuário por ver anúncios. Em contrapartida, a maior parte dos navegadores convencionais são de código fechado e tem uma empresa por trás.
Ainda há a vantagem da privacidade, já que não há uma companhia responsabilizada por custodiar seus dados. Outro exemplo de dapp é o Status, que compete diretamente com o Whatsapp, aplicativo centralizado de mensagens comprado pelo Facebook.