Blockchains são bases de registros distribuídos e compartilhados, utilizando redes descentralizadas (P2P) em que a segurança e a confiança são alcançadas por meio da criptografia e de um conjunto de regras que incentivam o comportamento honesto dos participantes.
Por definição, são sistemas abertos em que qualquer usuário pode acessar sem necessidade de permissão ou licença prévia.
A segurança e o Blockchain
Uma das grandes dificuldades em entender o bitcoin e criptomoedas semelhantes é a sua ausência de um ponto central. Não há uma empresa, não há um dono, simplesmente não há nenhum ator individualmente responsável pelo sistema e sua segurança. Um grande arquivo digital – uma espécie de livro contábil online – o qual é único, público e replicado por todos os usuários mantenedores do sistema. Em um determinado período, quando um novo bloco de transações é transmitido à rede, cada usuário atualiza a sua cópia do livro contábil digital com o último conjunto de transações validadas. Esse vasto e extenso registro do histórico de transações é chamado de blockchain (corrente de bloco), pois todos os blocos de transações estão intimamente conectados e referenciados uns aos outros por meio do processo de Prova-de-Trabalho.
Basta entender que a fonte da segurança do sistema reside em quatro pilares: as regras do protocolo (o conjunto de incentivos), a rede P2P (descentralizada), a criptografia e a força computacional investida na rede. Esses fatores são responsáveis por fazer do blockchain um registro de dados que funciona de forma ininterrupta, há mais de nove anos, sem jamais ter sido violado ou corrompido de nenhuma forma.
A disrupção do Blockchain
A criação do Bitcoin e demais criptomoedas, levou à disrupção do dinheiro. Contudo, por trás das criptomoedas existe uma tecnologia que também detém enorme potencial disruptivo, o chamado Blockchain. Os especialistas no assunto devido à potencialidade que esta tecnologia tem de transformar outras indústrias, chegam até a falar na criação de uma nova internet, a Internet do Valor.
Tendo descoberto diversos usos em potencial, o bitcoin e as demais criptomoedas já são vistos como apenas um pequeno uso de toda a capacidade que o blockchain pode ter.
O primeiro uso do Blockchain
O primeiro uso de blockchain não monetário ocorreu, ironicamente, no dia do nascimento do bitcoin. Quando da mineração do primeiro bloco do blockchain (bloco gênese), no dia 3 de janeiro de 2009, Satoshi Nakamoto incluiu uma mensagem que nada tinha a ver com a transação de criação de 50 bitcoins. Nela estava escrito: “The Times – Chancellor on brink of second bailout for banks”, simplesmente a manchete do jornal britânico “The Times” daquele dia.
Versão alternativa do Blockchain
Uma variante do blockchain é o chamado DLT (“distributed ledger technology”), uma espécie de “blockchain” fechado, em que o acesso é restrito a partes predeterminadas. Neste caso, os mecanismos de segurança e confiança diferem do blockchain aberto e descentralizado. Questiona-se se sequer deveriam ser enquadrados dentro do conceito macro de blockchain. Mas o fato é que são alardeados como pertencentes à mesma tecnologia.
Benefícios da tecnologia Blockchain
Um dos principais atributos do blockchain é a sua incrível imutabilidade. Uma vez registrada uma transação em um bloco, uma vez inserida alguma informação qualquer, é computacionalmente impraticável de adulterá-la ou removê-la do blockchain depois de certo período (cerca de uma hora, ou seis blocos).
Essa propriedade, a imutabilidade, pode ser aproveitada em diversas outras aplicações, como notarização digital, comprovação de existência de documentos ou contratos, prova de autenticidade.
Outras aplicações da tecnologia Blockchain
O Ethereum, por exemplo, busca explorar a tecnologia de contratos inteligentes (smart contracts) e tem como atributo principal a sua grande flexibilidade enquanto blockchain. Um sistema para criação de aplicativos descentralizados.
Todo o mercado de ICOs (Initial Coin Offerings), uma espécie de valor mobiliário digital, baseia-se na tecnologia de contratos inteligentes e, a maioria, tendo o Ethereum como plataforma hospedeira.